Sara Erichson, Presidente, Serviços ao Cliente de Mídia na América do Norte, The Nielsen Company

A transição para a transmissão digital em 12 de junho foi um marco importante para todos nós que trabalhamos no setor de televisão. Para a Nielsen, a transição foi muito tranquila graças a um ano de planejamento e à estreita cooperação de nossos clientes de transmissão.

Como nossos painéis com medidores são representativos dos domicílios com televisão nos EUA em todo o país e em mercados locais individuais, a Nielsen pôde acompanhar o progresso do país na preparação para a transição digital. Em janeiro de 2008, 10,5% das residências estavam "completamente despreparadas" para a televisão digital (ou seja, nenhum dos aparelhos de TV em suas casas era capaz de receber televisão digital). Munidos dessas informações, começamos a nos comunicar com os principais líderes do governo, do setor de televisão e da mídia de notícias, incluindo 400 publicações e estações de rádio que atendem às comunidades afro-americana, hispânica e asiática.

Graças a campanhas significativas de conscientização pública realizadas por esses e outros grupos, apenas 2,2% das residências não estavam preparadas para a televisão digital no momento da transição.

Embora a transição tenha ocorrido há mais de um mês, continuamos a analisar o impacto que a televisão digital teve sobre o acesso e a exibição da televisão pelos consumidores.

• Desde 12 de junho, o número de residências totalmente despreparadas continua a cair e agora é de apenas 1,3% das residências com televisão. Com base em uma pesquisa recente sobre residências não digitais, esperamos ver uma melhora contínua nas próximas semanas, pois essas residências continuam a descobrir o que precisam fazer para receber televisão digital. Quando perguntados, praticamente todos esses domicílios pesquisados disseram que estavam planejando mudar para a televisão digital, seja por meio de um conversor ou de uma assinatura de cabo/satélite.
• Entre os aparelhos de TV que se tornaram digitalmente prontos nos meses imediatamente anteriores a 12 de junho, 77% estavam conectados a uma caixa conversora digital, 19% a cabo e 4% a DBS. Isso contrasta muito com as tendências observadas nos primeiros meses, quando a maioria das residências em transição adquiriu cabo ou satélite para receber televisão pelo ar.
• Em 28 de junho, 60% das residências que não estavam totalmente prontas ainda conseguiam assistir à televisão por meio de uma estação de baixa potência, uma estação estrangeira próxima às fronteiras canadense ou mexicana ou uma estação de transmissão dos EUA disponível por meio de um "tradutor". (Os tradutores têm sido usados há anos para transmitir sinais para áreas remotas do país). Como consequência, a exibição de televisão nessas residências não desapareceu completamente, embora as opções de exibição sejam extremamente limitadas.
• As emissoras que fizeram a transição em 12 de junho registraram uma queda na audiência nas duas semanas imediatamente após a transição, em comparação com as duas semanas anteriores. As estações que mudaram seu sinal digital de UHF para VHF foram as mais afetadas. Isso se deve ao fato de que algumas residências preparadas para o sinal digital tiveram que fazer uma nova varredura de aparelhos ou conversores. Outros tiveram que adquirir uma nova antena que recebesse os sinais digitais UHF e VHF. Entretanto, esse declínio na audiência foi temporário e, nas últimas semanas, observamos o retorno do público. À medida que mais residências resolvem os problemas com antenas e conversores, esse retorno aos níveis anteriores deve continuar.

Em suma, a transição digital parece não ter tido um grande impacto nos níveis de audiência. As pessoas ainda assistem a uma quantidade significativa de televisão e acreditamos que o pequeno número de residências que ainda não têm televisão digital acabará fazendo a transição da televisão analógica.