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Algoritmos de criatividade

3 minutos de leitura | Alberto Dal Sasso | Novembro 2018

É no final dos anos 80 que se fala da Era da Informação, a era em que as informações são rápida e (quase) universalmente acessíveis graças à Internet. Tão acessíveis, onipresentes, quase invasivas, que o benefício mais escasso é a atenção.

O neologismo que melhor descreve as implicações cotidianas desta época é "Infobesidade": vivemos entre o excesso de informações e o desejo de aprender mais, de saber mais. Nesse contexto de choque cognitivo, a imagem e o áudio estão adquirindo um peso cada vez maior em relação à palavra escrita. Pensamos, por exemplo, em audiolivros e podcasts, que estão ganhando espaço no panteão das habilidades intelectuais; ou no alcance cada vez maior das postagens multimídia nos ambientes sociais, que em pouco tempo supera o das postagens de texto solo.

Em particular, a capacidade que tem a imagem de atrair a atenção deve ser esmiuçada de forma mais tática em todos os contatos de fruição que preveem a exibição de fatos e/ou números complexos. A representação gráfica dos dados não é apenas um tema de estética simples: é um tema de transparência, imediatismo comunicativo e, sobretudo, de criatividade.

Tirar uma foto para uma publicação, por exemplo, é uma forma criativa menos urgente de realizar uma infografia para transmitir uma mensagem social e estimular uma comunidade a participar. As opções são muitas: desde fotos, vídeos em motion graphics e GIFs. Hoje, a criatividade é um vetor de sinceridade: a democracia digital impõe às instituições, empresas e personalidades públicas a necessidade de se comunicarem de forma compreensível e inequívoca. A questão de fundo é: como os dados podem ser colocados a serviço da criatividade?

Durante a edição de 2018 do IF! Italians Festival abbiamo provato a rispondere a questa domanda insieme a Paolo Iabichino, Chief Creative Officer di Ogilvy & Mather, Antonella Di Lazzaro, Deputy Director Digital di Rai, Luisella Giani, Responsabile Innovazione EMEA di Oracle e Paolo Ciuccarelli, Communication Designer, Density Design Research Lab e Professore Associato Politecnico di Milano.

Segundo Luisella, a antinomia de dados contra a criatividade é apenas aparente. "A Inteligência Artificial, por exemplo, é percebida por alguns como uma minaccia alle nostre capacità, por outros como uma possível integração com a mente humana."

A resposta de Paolo Iabichino é que não existem máquinas criativas. O que evidencia a necessidade de uma integração, e não de uma substituição: "Os dados são úteis na misura em que se pode obter insights e ajudar a comunicar algo a alguém". E o seu homônimo, Ciuccarelli, concorda, afirmando que "os big data foram criados para colocar o homem no centro e a sua capacidade de elaborar informações".

Em função dos recursos e da precisão crescente dos instrumentos de medição e análise, a interpretação de um conjunto de dados continua sendo sempre uma prerrogativa da mente humana.

E o tema da transparência? Os dados servem também para isso, como é o caso da RAI, que nos últimos anos está empenhada em tornar sua própria oferta "centrada no conteúdo". Segundo Antonella, "O serviço público tem a missão de falar com todos e, ao mesmo tempo, com indivíduos individuais. Na ótica da personalização, amadurecemos nossas formas de distribuição de acordo com o modelo sob demanda e graças ao sistema de recomendação". Um verdadeiro e próprio algoritmo criativo.

Em conclusão, comunicar dados hoje significa simplificar a complexidade, limitando o compromisso com o significado e tornando-o acessível a um público mais amplo. O público, que também difunde os números, pode ser educado, mas é obrigatório que o criativo conquiste a fidelidade e desperte o interesse. Por esse motivo, o criativo não pode se prender a lugares amenos e prescindir da pesquisa e da verdade.

Os números não causam dor, os dados não são subestimados: essa é a nossa missão como Nielsen, uma empresa que, há quase um século, expressa a própria criatividade pessoal em suas pesquisas e interpretações (sempre rigorosas).

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