LONDRES - 4 de outubro de 2016 - O interesse pelo futebol na China aumentou em mais de 4% nos últimos três anos, um crescimento que está sendo impulsionado por estratégias desenvolvidas em nível de governo nacional e investimentos em propriedades esportivas em todo o mundo, segundo um relatório da Nielsen Sports divulgado hoje.
Não é apenas o interesse pelo futebol entre a população urbana chinesa (31%) que está mostrando sinais de crescimento constante. Internacionalmente, o investimento chinês no futebol está começando a desempenhar um papel importante na mudança do cenário econômico do esporte, onde uma estratégia de entrada no mercado muito diferente está sendo desenvolvida.
As marcas que buscam usar o esporte como um catalisador de crescimento estão se concentrando menos no patrocínio, tradicionalmente usado como um meio de aumentar o conhecimento da marca e uma base de mercado, e mais na criação e compra de ativos e conteúdo, como acordos de transmissão, agências, jogadores e equipes.
Glenn Lovett, Presidente Global de Estratégia da Nielsen Sports, disse: "O mundo está olhando para a China e a China, cada vez mais, está olhando para o mundo. Liderados por estratégias desenvolvidas em nível de governo nacional, empresas e indivíduos chineses estão deixando sua marca no esporte global como nunca antes. O futebol, como o esporte mais popular e visível do mundo, provou ser magnético em sua atração: a lista de clubes e agências sob controle chinês cresceu substancialmente nos últimos dois anos, ao mesmo tempo em que a Super Liga Chinesa doméstica ganhou destaque, com novos investimentos alimentando uma série de transferências atraentes de ligas domésticas mais estabelecidas."
Quando o time holandês FC Den Haag foi comprado pela Vansen International Sports Company em 2014, foi o primeiro e único clube de futebol profissional da Europa a ser de propriedade parcial ou total de uma empresa chinesa. Desde então, apenas duas temporadas depois, esse número aumentou para 13, incluindo alguns dos maiores times do mundo, como AC Milan, Inter de Milão, Atlético de Madri e City Football Group, a empresa controladora do Manchester City FC.
O crescente interesse da China também é algo que os clubes internacionais estão cada vez mais comprando, já que os principais clubes de futebol europeus continuam a criar estratégias para aumentar a aquisição e a retenção de fãs no mercado, desde parceiros de mídia locais para distribuir o conteúdo do clube até patrocínios de categorias regionais ou específicas do mercado.
Com 127 milhões de fãs, o Real Madrid é o time europeu mais seguido na China. A parceria com o Guangzhou Evergrande, um clube que, em 2015, teve um gasto com transferências internacionais duas vezes maior do que qualquer outro clube da Superliga Chinesa em 2015, foi consolidada quando os dois clubes anunciaram o desenvolvimento de uma academia de treinamento com 50 campos no país - uma iniciativa que, de certa forma, contribui para atingir a meta do governo chinês de ter um campo para cada 10.000 pessoas até 2030. A Inter de Milão e o AC Milan, ambos de propriedade majoritária ou total de empresas chinesas, são o segundo e o terceiro clubes mais seguidos, ambos com 106 milhões de torcedores baseados na China.
À medida que os clubes procuram se engajar, eles terão que considerar uma base de torcedores muito diferente. As pesquisas mostram que o fandom na China funciona de forma muito diferente em comparação com outros mercados internacionais. Entre os torcedores chineses, há um grau significativo de sobreposição no acompanhamento dos clubes.
Usando o programa de pesquisa Fan DNA da Nielsen Sports, que segmenta os torcedores com base em como e por que o patrocínio muda seu comportamento, a maior categoria de torcedores de futebol na China é a de "torcedores conectados", em que os aspectos sociais do futebol impulsionam o engajamento. Na China, 32% dos torcedores de futebol são "torcedores conectados", o que significa que a maioria dos torcedores vê o futebol como uma plataforma que une as pessoas. Esse grupo responde positivamente ao patrocínio, principalmente quando as mensagens e as comunicações são adaptadas aos seus fatores de engajamento.
Essas percepções sugerem que, para aumentar o número de seguidores na China, é fundamental criar conteúdo envolvente que aproxime os fãs do jogo e uns dos outros.
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