Como o streaming agora é a opção preferida entre o público de TV dos EUA, ele se tornou uma consideração crítica de distribuição entre os estúdios de cinema, pois eles avaliam estratégias para envolver melhor seus principais públicos - e quando. E, à medida que aumenta o burburinho em torno do 95º Prêmio da Academia, podemos ver que a distribuição por streaming evoluiu para um complemento aos lançamentos nos cinemas, e não uma alternativa.
Em comparação com apenas alguns anos atrás, lançar um filme nos cinemas e em um serviço de streaming ao mesmo tempo não é mais incomum, se não for por outro motivo que o público que o streaming atrai. Em 2022, os americanos transmitiram mais de 19 milhões de anos de conteúdo, em comparação com quase 15 milhões de anos em 2021. E, do ponto de vista de filmes, os americanos transmitiram mais de 112 bilhões de minutos dos 15 filmes mais assistidos de 2022, em comparação com quase 84 bilhões de minutos dos 15 filmes mais assistidos de 2021.
Porém, com o público retornando aos cinemas ao longo de 2022, muitos dos filmes indicados a Melhor Filme deste ano ainda não foram lançados em um serviço de streaming. O período prolongado entre os lançamentos nos cinemas e em streaming das indicações deste ano reflete a evolução das abordagens de distribuição à luz das preocupações reduzidas com a COVID-19 no ano passado. Em comparação com Don't Look Up, de 2021, que teve apenas 14 dias de exclusividade nos cinemas, Triangle of Sadness, de 2022, estreou nos cinemas em 7 de outubro de 2022, mas continua indisponível para o público de streaming quase seis meses depois.
Quando o 94º Oscar foi realizado em 27 de março do ano passado, todos os filmes indicados a Melhor Filme, com exceção de um, haviam sido disponibilizados para o público de streaming, o que atraiu um número significativo de espectadores em cinco plataformas diferentes. A estreita janela de exclusividade dos cinemas para todos os filmes, exceto um, deu ao público a oportunidade de assistir aos filmes no conforto de suas casas antes do Oscar. Em 2021, por exemplo, o público transmitiu 211 milhões de horas de CODA, que ganhou três prêmios da Academia em 2022, incluindo Melhor Filme.
A disponibilidade de streaming desses títulos tão perto do Oscar também alimentou um efeito de halo de audiência após o hype da cerimônia de premiação, já que o público transmitiu quase 8,5 bilhões de minutos dos nove filmes indicados a Melhor Filme durante todo o ano de 2022.
Avançando um ano, vemos que apenas um dos indicados a Melhor Filme de 2023 foi lançado nos cinemas dos EUA e em um serviço de streaming simultaneamente: All Quiet on the Western Front, a terceira adaptação do romance homônimo de 1929. E, como resultado, o público dos EUA transmitiu 1,7 bilhão de minutos do filme até 12 de fevereiro de 2023. Comparativamente, quatro dos indicados a Melhor Filme deste ano ainda não foram disponibilizados em um serviço de streaming.
Isso significa que esses filmes provavelmente terão um ressurgimento de visualizações quando migrarem para o streaming, assim como aconteceu com Elvis quando chegou à HBO Max em agosto de 2022, após um período de 45 dias de exclusividade nos cinemas. A audiência teve um impulso adicional depois que o filme foi indicado ao Oscar, pois o público transmitiu 568 milhões de minutos do filme em 2023 até 12 de fevereiro de 2023 (2,122 bilhões de minutos transmitidos em 2022).
À medida que o público continua a se voltar para o streaming, os filmes continuam sendo um fator significativo de engajamento na TV. No auge da pandemia, o streaming até mesmo proporcionou ao setor cinematográfico um público quando ir aos cinemas não era uma opção. Três anos depois, com a maior parte da vida cotidiana voltando ao normal, a distribuição de filmes está muito mais equilibrada, com o streaming proporcionando uma extensão para alcançar públicos adicionais além daqueles que optam por assistir aos filmes nos cinemas.
